Na obra “Gritos contra a indiferença”, o autor Fernando Nobre reúne todas as conferências realizadas por ele em vários locais, para diferentes públicos.O autor mostra a sua visão do mundo, a sua revolta e a sua luta por um novo paradigma humano e societário, fala em paz e em bioética.
Nos vários capítulos, refere-se à debilidade das democracias, à degradação contínua do planeta, às tragédias em curso na Palestina, no Afeganistão e no Iraque, ao aniquilamento do Direito Internacional, à possibilidade do confronto atómico, ao esmagamento dos Direitos humanos, à globalização, às doenças (como a sida e tantas outras) e ao voluntariado.
No fundo, o autor mostra o caos que permanece no mundo e faz um apelo à cidadania global solidária.
Opinião acerca da obra:
Este livro leva-nos ao conhecimento de todos os problemas que afectam o nosso mundo, a ter noção de como eles são graves. Mostra-nos o número de pessoas que todos os dias morrem ou adoecem devido à fome, malária e tantas outras doenças, sensibiliza-nos para a importância do voluntariado, com a ajuda de todos poderíamos tornar o mundo melhor. Dá-nos também conhecimentos acerca dos países que hoje em dia se encontram em guerra por questões políticas e económicas, guerras estas que fazem sofrer e espezinhar milhões de pessoas inocentes.
Sara Garcia

Neste livro, somos conduzidos por uma saga familiar que atravessa três gerações, com todos os seus problemas e conflitos de uma vida em família, centrando-se o enredo, sobretudo, na década de 60. Recuando até 1914, é nos apresentado Philip Lennox e a sua noiva Júlia, tendo como pano de fundo a I Guerra Mundial. Do casamento entre ambos nasce um filho, Johnny, que se tornará um comunista muito activo que se irá casar com Frances. Na década de 60 a casa é habitada por Julia, a austera dona da casa, e a sua ex-nora Frances, que tem de cuidar sozinha dos seus dois filhos adolescentes outrora abandonados pelo pai, Johnny, e de uma horda de amigos e conhecidos que eles trazem consigo, personificando o espírito de liberdade prevalecente na Inglaterra de então. Ocasionalmente, também, aparece Johnny, filho de Julia e ex-marido de Frances, que um dia lhe deixa a cargo Sylvia, a filha problemática da sua nova mulher que sofre de problemas de anorexia, mas que acaba por vingar na vida. À mesa onde estas personagens se sentam, também há lugar para o sonho. Mas, por detrás desse sonho, há um preço a pagar pelas ilusões. Esta obra é um retrato de três mulheres coragem – Júlia, Frances e Sylvia – que aborda temas característicos de várias épocas como a guerra fria, a guerra do Vietname, as drogas, o surgimento da Sida em África, a anorexia e a depressão.
Opinião acerca da obra:
O Sonho mais Doce é um romance notável, talvez dos meus preferidos até hoje. Retrata pormenorizadamente as relações entre as pessoas, a beleza, o interesse e o vigor pela justiça e pelo bem, e complementado com as virtudes, defeitos, brilhantismo, paixão, ideais e a visão das personagens que confere à obra um cariz filosófico, perspicaz, divertido, enérgico, que aborda uma verdade universal, a capacidade de dar e receber rematado com o ideal de uma sociedade perfeita. Um romance marcado pelo sonho e pelo preço que há a pagar pelas ilusões, pelas relações e pela ajuda. Um livro emocionante que todos deveriam ler, pois apura a nossa capacidade de percepção em relação aos outros.
Bárbara Patrão
Esta obra fala-nos de duas irmãs, Clara e Leonor, filhas de pais separados, com apenas dez e seis anos de idade, que perderam a mãe, ficando assim órfãs.
Certo dia, acabadas de sair da escola, esperavam pela mãe, como era habitual, mas a mãe não apareceu. Tinha morrido.

Posto isto, a vida delas mudou completamente, primeiro foram viver com o pai, durante pouco tempo, com quem não viviam desde a separação, mas as condições da casa não permitiam a entrada de mais duas pessoas. Foi então, nas férias do Verão, que se mudaram para Coimbra para viverem com a avó materna, na Quinta do Chorão, com quem nunca tinham tido qualquer tipo de contacto.
Os dias eram passados a brincar nos jardins, a aproveitar o espaço de que ambas dispunham, as noites sim, essas eram difíceis, aí as saudades pareciam aumentar, e numa tentativa de diminuir a falta que Leonor sentia da mãe, Clara, todos os dias de manhã, dizia ter sonhado e falado com a mãe.
A relação entre Clara e a avó Matilde não era a mais desejada, entrando muitas vezes em conflito, levando a que tentassem fugir de casa para irem ter com o pai a Lisboa.
Na quinta, tinham lições de catequese, iam à igreja… A avó tentava assim transmitir-lhes os seus conhecimentos religiosos, despertando nelas algum interesse, que mais tarde foi bem visível em Clara.
Aproximava-se o início do novo ano lectivo. A avó levou as duas netas a Coimbra para comprarem todas as coisas necessárias para que pudessem dar entrada no colégio de Santa Isabel daquela cidade, como alunas internas.
Esse dia chegou, acompanhadas pela avó e por Plácido, as meninas foram deixadas a cargo de uma freira, que lhes ia mostrar o quarto, assim como todos os locais que compunham aquele colégio.
Naquele lugar reinava o silêncio, que perturbava Leonor. O mesmo não acontecia com Clara que, para quem, desde os primeiros momentos, a capela passou a ser o centro das suas atenções e o seu refúgio. De aluna excelente, passou a ser apenas razoável, estudando pouco mais do que o indispensável para obter notas positivas. Deixou de ser uma rapariga comunicativa e passou a comportar-se de forma muito discreta. Mas continuava sempre atenta e preocupada com o bem-estar da irmã.
Todas as noites, pois era nessa altura final do dia que elas mais falavam por estarem juntas, a mãe era sempre relembrada, assim como o sonho de terem uma casa igual à da avó, mas esta com paredes cor-de-rosa.
No primeiro mês, os fins de semanas não podiam ser passados em casa, como faziam os restantes alunos do colégio, com o objectivo da adaptação ser mais fácil. A situação inverteu-se e, com o passar dos meses, lá estavam elas a contar histórias e a brincarem.
Os anos foram passando. Com catorze anos, Leonor não fazia a menor ideia do que queria ser um dia mais tarde, mas Clara tinha já feito a sua escolha, embora a avó planeasse para ela um curso de professora, para exercer num liceu ou colégio de Coimbra.
Aos vinte e um anos, depois de completar os estudos, Clara comunicou à avó e à irmã que queria ser missionária e que brevemente viajaria para África onde aplicaria os conhecimentos que tinha adquirido, junto de crianças órfãs, em Moçambique ou noutro país qualquer onde a sua presença pudesse ser útil.
A avó ficou estupefacta com tal escolha e Leonor saiu da sala onde se encontravam, revoltada com a notícia da irmã, pensando que o facto de terem frequentado um colégio de freiras tivesse tido influência para aquela decisão, mas depressa concluiu que era a vocação da irmã.
Leonor continuou a viver em casa da avó e, após a sua morte, a casa foi remodelada e as paredes foram pintadas da cor que ambas sonhavam aquando da estadia no colégio.
Clara, após a ida para Moçambique, veio a Portugal apenas uma vez, para ser madrinha da primeira filha adoptiva da sua irmã. Regressou novamente passados vinte anos, para o casamento da afilhada.
Opinião acerca da obra:
Esta história remete-nos para a situação de milhares de crianças, que ficam órfãs.
Estas personagens tiveram a sorte de ter alguém com possibilidades que pudesse acolhe-las e proporcionar-lhes uma boa vida, porque todos nós sabemos que existem crianças sem pais e que são postas ao abandono, ingressando assim para instituições de acolhimento.
Estas casas, por melhores instalações e pessoal que tenham, nunca vão substituir o amor de mãe e pai, porque apesar do bem-estar que elas oferecem, há uma coisa que estas crianças não conhecem… a felicidade de ter uma família!
Vanessa Jerónimo