Hoje vou apresentar alguns trabalhos produzidos pelos meus alunos do 10º ano acerca da importância do livro na sociedade actual e texto narrativo cuja personagem fosse um livro.
Surgiram trabalhos interessantes e engraçados que não poderia guardar somente para mim, achei que os devia partilhar e, por isso, aqui ficam alguns:
"Na sociedade actual os livros têm um papel muito importante, pois enriquecem o nosso conhecimento e ajudam-nos na resolução de problemas.
Muitas vezes, a leitura de um bom livro faz-nos abstrair de tudo aquilo que nos rodeia, daí muitas pessoas considerarem o livro uma boa companhia.
É pena que, nos dias de hoje, o livro tenha perdido importância devido às novas tecnologias."
Ricardo
"Na minha opinião, os livros na sociedade portuguesa são muito importantes no dia-a-dia de todos, mas as pessoas não lhes dão o devido valor e tratam-nos como se fossem, talvez, uns monstros ou coisa pior.
Para os portugueses, ler é uma perda de tempo, mas a verdade é que perdem o seu tempo com coisas insignificantes, como é o caso de revistas, jornais, livros que não têm interesse, como, por exemplo, os de banda desenhada, etc.
Os portugueses não têm noção da importância que os livros têm na sua vida, eles exercitam o cérebro e fazem-nos olhar para a vida com outros olhos e dão-nos a capacidade de pensar duma maneira mais eficiente."
Bárbara Ferreira
"Vivemos num mundo apressado e competitivo, onde é raro ler. Talvez porque a sociedade se preocupa mais em mostrar produtividade do que em baixar os números de iliteracia. Algo incoerente, pois como pode alguém ser um melhor trabalhador sem cultura? E para isso é preciso ler. Exactamente, por só os melhores conseguirem ser bem sucedidos, devemos tentar ser instruídos nesse sentido. E o principal passo é a leitura."
Cátia Soares
"Era Dezembro, uma daquelas tardes chuvosas em que nada apetece fazer. Eu ainda a vi a aproximar-se, mas ela não me pegou. Nunca pegam. O seu olhar passa por mim como se eu fosse da cor da madeira da estante e invisível para os olhos humanos. As suas mãos, numa pressa inexplicável, deslocam-se para a prateleira de cima, onde estão os DVD’s, e retira um. “Quantas vezes já os terá visto?”, pergunto-me. É que já estou aqui há muito tempo, em busca dos dedos salvadores que me livrarão desta onda de pó e teias de aranha, mas eles vão sempre para cima, numa busca desenfreada pela diversão instantânea. E eu continuo, sem me mexer, relembrando o aniversário em que fui oferecido, e todos os sonhos que se adivinhavam. Mas eles desapareceram, levados pela poeira do tempo e pela esperança breve de que alguém me salve. Talvez um dia…"
Cátia Soares

O livro do Pedro
Pedro, um jovem simpático, divertido e inteligente, acabara de chegar a casa, depois de uma longa “futebolada” com uns amigos.
Revelando algum cansaço, dirigiu-se até ao seu quarto. Sentou-se para retomar o fôlego…Mas deixou-se cair sobre o sofá e acabou por adormecer.
Até que ouviu:
- “Pssst! Pssst! Pedro?!” – Pedro acordou um pouco sobressaltado e para seu espanto não estava ninguém no quarto.
Mas, então, quem o teria chamado? Até que reparou que um livro da sua estante estava fora do lugar. E o mais incrível era que se estava a mexer!
Porém, Pedro não podia acreditar que o livro estava a falar! Como poderia isso acontecer, pensava ele…
Deixou-se cair outra vez sobre os seus pensamentos e voltou a adormecer. Tornou a ouvir:
- “ Pedro! Sou eu…Eu! Estou aqui!” – Pedro viu que, de facto, era o livro que estava a falar. Por mais absurdo que lhe parecesse, respondeu:
- “Tu! Como pode um livro falar?! Um monte de páginas com letrinhas desenhadas?! Não é possível!”
Ao que o livro respondeu: - “Acredita que é! Um livro é muito mais do que isso! Um livro é algo profundo… Que te pode fazer reflectir, sonhar, viajar…Um bom livro é um bom amigo!”
Pedro, admiradíssimo, começava a reflectir sobre esta questão que nunca lhe tinha feito soltar as sinapses e, com alguma indignação, respondeu: -“ Mas…Eu não costumo ler! Não tenho esse hábito! Prefiro estar com os meus amigos verdadeiros!” – o livro sem o deixar prosseguir, interrompeu:
- “Não acredito que pensas assim…Um amigo, mais cedo ou mais tarde irá desprezar-te. Um livro, não! Estará sempre à tua espera com uma emocionante viagem pelo mundo dos sonhos! Pensa bem…”
- Pedro, jantar! – Ouviu-se a mãe da cozinha.
Pedro, um pouco atrapalhado e já mergulhado nos seus pensamentos, arrumou o livro cuidadosamente e foi jantar.
Ana Morais
Há muito, muito tempo havia um rapaz chamado António, que vivia com seus avós numa pequena quinta, perto da aldeia.
O rapaz sentia-se sozinho, pois por ali perto não havia jovens para ele conviver.
Um dia, os tios vieram visitá-lo e como presente trouxeram-lhe um livro tão pequenino que lhe cabia no bolso das calças.
Era um livro de histórias e pequenas aventuras.
O António ficou fascinado com este livro, e nunca mais o largou, pois desde que o começou a ler nunca mais se sentiu sozinho.
Trazia-o sempre consigo, era o seu companheiro.
Um dia, já cansado de andar no bolso das calças, o livro perguntou:
-António, porque me trazes sempre contigo?
António respondeu: -Eu trago-te sempre comigo porque tu és o meu melhor amigo, e com as tuas histórias e aventuras eu já não me sinto só.
Desde esse dia António decidiu que no futuro seria escritor para que os seus livros pudessem servir de companhia a pessoas que se sentiam sós como ele.
O título do seu primeiro livro seria:”Um livro, Um amigo”.
Ricardo