A época de D. João V foi o período de maior fluxo de ouro brasileiro, mas o aumento da receita pública e privada não se repercutiu em transformações duradouras no plano económico, ou em modificações sensíveis na estrutura social portuguesa.
O rei consumiu quase tudo quanto ao estado coube no rendimento das minas brasileiras na manutenção de uma corte luxuosa e em gastos enormes relacionados com o prestígio real, no entanto, o dinheiro não podia, por si só, resolver nenhum problema. A sua utilização reflectia a mentalidade e formação das pessoas que o utilizavam.
A época de D. João V caracteriza-se pela inexistência quase completa de quadros empresariais, pela falta de gente preparada para se servir da riqueza como instrumento criador de nova riqueza. Em Portugal, havia falta de elites em todos os campos: na cultura, na arte, na política, na economia. A inexistência de empresários activos conduziu ao não surgimento, nas épocas do ouro, de empreendimentos reprodutores de riqueza. O Tejo era apenas um porto de passagem de valores que afluíam a regiões de economia mais desenvolvida, produtoras dos bens que os portugueses consumiam mas não sabiam produzir. A Inglaterra foi a mais beneficiada dessas regiões.
A abundância do ouro atraiu vários estrangeiros, que procuravam instalar indústrias ou eram encorajados pelo Estado a produzirem em Portugal os bens importados. A maior parte destas iniciativas saíram malogradas por falta de organização económica.
A mais importante realização pessoal de D. João V foi o projecto de construção de um edifício gigantesco, de proporções que excediam de longe tudo quanto até então se edificara em Portugal: o Palácio Convento de Mafra.
Portugal não dispunha de técnica nem de gente para realizar esse projecto, por isso, foi necessário recorrer à importação maciça de artistas estrangeiros e obras de arte inteiramente produzidas fora do país.
O projecto do Palácio Convento foi o do arquitecto alemão, Ludwig, que incluía um grande palácio real, um convento para trezentos religiosos e uma basílica. As obras iniciaram-se em 1717 e duraram até 1750. O rei exigiu que a sagração da basílica se fizesse em 1730, no dia do seu aniversário. Para tentar terminar a obra, foram arrebanhados todos os homens válidos da País e mandados para Mafra, amarrados. Juntaram-se, assim, em Mafra quarenta e cinco mil trabalhadores, além de sete mil soldados que os vigiavam e obrigavam a trabalhar. Com excepção da pedra de lioz, trazida de Pêro Pinheiro, tudo veio de fora.
A maior parte das estátuas vieram de Itália, onde foram esculpidas; paramentos, alfaias de culto, tocheiros, carrilhões foram encomendados em Roma, Veneza, Milão, na França, na Holanda, em Génova e
Outros artistas vieram para Portugal, chamados pela iniciativa de construções sumptuosas. Um dos mais notáveis foi Nicolau Nasoni, italiano, que se fixou no Porto em 1731 e aí desenhou e dirigiu a construção de muitos monumentos: Igreja e Torre dos Clérigos, Misericórdia, Paço Episcopal, Palácio do Freixo, etc.
O padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão é uma figura histórica do reinado de D. João V. Foi perseguido pelo Santo Ofício por adesão ao Judaísmo. Segundo dados históricos, o seu sonho de construir uma máquina voadora saiu frustrado, nunca passou de uma utopia gorada, de um desejo fracassado. Apenas inventou um rudimentar aeróstato que conseguiu elevar-se do solo alguns metros. A passarola é uma aeronave ficcionada por Saramago e baseia-se num desenho com esse nome e através do qual Bartolomeu de Gusmão pretendia mistificar e desviar as atenções do seu trabalho para não levantar dúvidas ou suspeitas por parte da Inquisição.
Bibliografia:
CUNHA, Manuela Salvador e BASTO, Adriano. Memorial do Convento Uma Proposta de Análise. A Folha Cultural, Lisboa, 2005.
Saramago, José. Memorial do Convento. 33ª ed., col. «O Campo da Palavra», Editorial Caminho, Lisboa, 2002.
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